sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

O ESTAR

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

O ESTAR

Dia-a–dia vou trilhando meu caminho, cheio de tudo que não escolhi pra mim, vazio das coisas que um dia planejei. Será isso a vida? O dom de poder conviver com o que não é seu, com o presente não planejado, com as desconexões advindas das circunstancias?

Não é fácil ouvir de quem mais se ama verdades incontidas, e por elas sofrer pois refletem realmente o que se é. Lembro-me que li algo tipo assim um dia, que a pior dor é a causada por quem se ama, mais precisamente pelos “seus”.

Tanto amor e dedicação inconsciente, não escolhemos, vêm, nos é dado não concebo como, mas está, vive e des-constrói.
Dias e dias passam e tudo caminha como a evolução manda, talvez se houvesse um tipo desses que falam por aí de educação emocional, de saber controlar os impulsos, saber administrar o hoje, os problemas, as dificuldades, as dores e alegrias...

Definitivamente não sei, sou visceral? Pode ser... Mas como não ser? Difícil mesmo para mim é viver no autocontrole, nas coisas previsíveis, sei de tudo que vem, mas desafio e vou até o fim. Não me bastam as coisas prontas e definidas, nada é definitivo, tudo se transforma.

Esse troço de resignação não me contamina mais, finjo que sou, mas certamente nunca serei. Vou de encontro a tudo que me aparece normalmente e dentro da normalidade dos que me rodeiam, no fundo no fundo, não estou nem aí....

Sei que tudo passa , até uva passa, que cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é. Aprendi que por mais que nos amem, ninguém efetivamente sentirá por nós (ou no nosso lugar, melhor dizendo) os sentimentos que nos constroem ou que nos destroem.

Independente do que queiramos ou das nossas ações tudo flui, não contemos mas estamos contidos em normas, regras, limites e toda essa parafernalha idiota de controle do ser.
Isso me reporta aos psicopatas, aliás, à teoria de que todos nós somos psicopatas, o que nos molda é a educação, o meio e a religião que tivemos, a capacidade de discernimento.

Não me venham com definições sobre mim, ou avaliações sobre meus atos. Sou assim! Vivo numa eterna reequilibração do meu eu. Não me satisfaz a estagnação, a aceitação de tudo que vivo ou que me dão para viver e ponto final.

Nada encerra em si mesmo, todos os desvios, vertentes, tangentes, cotangentes e paralelismos me fascinam. “O que obviamente não presta sempre me interessou muito...”, Cecília tem esse dom de representar com “pouco” o muito que tenho guardado em mim.

Melhor de tudo, é que tudo é ilusão, correr atrás do vento..... Olhai os Lírios do Campo.... Leiam, leiam, eu li, li muito, li demais, se sou assim é porque fui assada. Ler e construir-se, destruir-se também. Fugir da mesmice das convenções e conveniências.

Tem gente que nem sabe ler as letras, mas lêem o mundo, os caminhos, as entrelinhas da vida, que se despem de conceitos e pré-conceitos pela simples vivência da totalidade ou do seu eu incontido.

“O essencial é invisível aos olhos, só se vê bem com o coração.” Exupéry descreveu muito bem o que sinto, mas..... esse troço aí é pra depois.... Renato já me disse...:

“Mas é claro que o Sol
Vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei
Escuridão já vi pior
De endoidecer gente sã
Espera que o Sol já vem..

Nunca deixe que lhe digam
Que não vale a pena acreditar no sonho que se tem
Ou que seus planos nunca vão dar certo
Ou que você nunca vai ser alguém
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar...
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança...”

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