segunda-feira, 29 de novembro de 2010

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quarta-feira, 2 de setembro de 2009

É complicado falar de si mesmo, mas é o que tenho feito nos últimos dias além de pensar em tudo... Tenho falado a mim do que fui e do que sou, das coisas, pessoas e momentos que me construíram, do que tenho vivido e dos sentimentos que surgem.
Me preparei por anos para montar essa aparente casca, esse ar de durona, essa suposta frieza diante das coisas "normais" do cotidiano. O importante era não demonstrar fragilidades, necessidades, tanta coisa... E agora me vejo aqui completamente vulnerável a tudo que estou vivendo, e isto por mais que seja estranho, é bom.
Hoje mataram um amigo meu, o conheci há dois anos, convivi pouco, porém intensamente e o amava, mas as últimas palavras dele ficarão eternamente gravadas: "Você é uma raridade em minha vida. Obrigado por vc existir bjs". Isso foi no "Dia do amigo", um desses dias criados aí para que tenhamos algo de bom ou mau para dizer às pessoas, presentes a dar, mensagens...
Lembro que ao telefone disse que iria vê-lo, mas me deixei envolver pelos problemas alheios e não fui, fica o remorso... Mas se foi assim era porque tinha que ser assim, melhor pensar dessa forma, dói menos.
Há 5 anos mataram um outro amigo meu. Foi uma dor talvez maior, havia mais convivência, mais lembranças, mais palavras e situações vividas. Depois disso mudei radicalmente a maneira de ter meus amigos, de ter pessoas ao meu lado, de me dar, de mostrar o que sou e como sou, de eleger prioridades...
Tem esse negócio aí de seletividade, deve ser isso, dar importância e ser importante para as pessoas que despertam amor, brilho e felicidades. Que sabem dividir alegrias,dores, angústias, que sabem compartilhar. Não aprendi efetivamente a ser seletiva, vivo meio que na "assistência social", mas, mesmo assim já consigo compreender melhor momentos e pessoas. Nem todo mundo que diz que precisa de você, que diz que te ama, está falando a verdade.
Sempre ouço das pessoas que amo que sou uma boba, às vezes acredito mesmo que sou, não sei ser pela metade com quem amo, não gosto de indefinições, de máscaras, de subterfúgios ou camuflagens. Se vier o amor, amo intensamente, quando é a dor da decepção sofro até a última gota, mas renasço.
Renascer sempre é meio complicado, pois as dores têm sido insistentemente constantes nos últimos tempos, mas é melhor do que estagnar, do que viver na resignação de tudo. Nem eu compreendo a maneira que renasço, pois por vezes fico renascendo em mim somente, não divido, egoísmo talvez, uns chamam de autodefesa, isso não vou questionar.
Agora sinto muita dor, muitas saudades de quem já se foi, de quem está longe, até de quem está perto, muitos pensamentos ou perguntas ficam a perturbar minha mente.
Sei que amanhã a vida continua, que muitas coisas sempre acontecerão e que eu vou querer explodir a mim e ao mundo, ou sair pulando de felicidade.
Mas o tal do "amor” não me deixa em paz, me impulsiona a sonhar e viver, a acreditar pelo menos num hoje sem vazios totais.
Tudo que vai leva um pouco de nós, mas deixa muito mais do que podemos imaginar! Obrigada por existir em minha vida e por ser tão importante e essencial!

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